sábado, 21 de novembro de 2009

Dança comigo essa noite

A Lua ilumina nosso palco, com bordas escuras duma escuridão de quatro paredes
Embalados por um tango inaldível de Gardel, nossos olhares se cruzam anunciando a brasa que queima nossos corpos
Num impeto tua mão busca minha cintura, e num movimento rápido me desvencilho de seus dedos veloses e te encaro como presa a te desafiar
Rodopio pelo teu corpo nu, que teus longos braços tentam me segurar, e num momento tuas mãos encontram minha pele macia e teu toque extremesse minha alma.

Me seguras pelos ombros e caio ao teus pés, subindo delicadamente minhas mãos por tuas coxas,
Meus olhos não te encaram mais, agora eles te acendem
Te possuem e chego a enxergar tua alma a sair de ti e vir a meu encontro
Num pulo organizo meus pensamentos e deixo meu vestido transparente deslizar por minha pele e te mostrar meu corpo todo teu.
Um passo a tua volta e de costas um para o outro nossas mãos se tocam nossa pele se esfrega se une num frenético deslizar de sensações, como se o calor de um aquecesse o outro
Tu me jogas pelas tuas pernas, me levanta na altura dos teus lábios e teu beijo flutua de encontro aos mes lábios, nesse momento não sou mais eu, sou você
O quarto some, a Lua some, a música apenas ela persiste e nas nossas carícias sentimos o juntar de nossas entranhas e um extase que explode em gozo.
Aí já não existe nem eu nem você, o que existe é uma alegria sem igual de um ser e pertencer ao outro.
O tango acaba, mas o sabor da tua boca escorre pelos meus lábios
O tango se finda, mas teu calor continua a aquecer minha pele
O tango então nos une, numa dança diária de prazer.

sábado, 7 de novembro de 2009

Calor


O vento que povoa meu quarto não é metade da minha necessidade de ar quando estou sem vc
Ao tocar minha pele relembro momentos tão nossos que nem a poeira pode levar
Meu corpo nú te espera
Imperativo sob uma cadeira de veludo vermelho
Lindo sob a luz da Lua, simples e belo ostentando como único adorno o colar de pérolas que me deste
Sinto o frio do seu corpo a me tocar
Meu sangue incendeia ao implorar teu sumo.
O escuro dos cantos toma conta do quarto e a Lua se esconde nas nuvens
Para não enxergar a profanação de minha cama
Os libidinosos atos de nossos corpos a se tocar, se esfregar
O ato de se possuirem sem pudores ou medos
Os limites quebrados um a um
No simples sentido do prazer
E mesmo que meu corpo já tão entregue ao ponto de negar a propria vida q corre em minhas veias
Quando vejo seus olhos brilharem vermelhos com meu sangue que te dá vida
Sinto que minha missão acabou e que servi a ti meu amo e senhor.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Minha viagem


Hj mexendo em meus baús vi como a minha vida passou e está passando
Encontrei coisas da minha juventude, da minha infancia.
Uma boneca antiga que ainda hj cheira a morango, 9 anos acho q tinha quando a ganhei, me lembrei que já nessa idade baixinha dizia com orgulho quando crescer vou ser juiza.
Nessa idade também perdi minha avó, como o bolo de chocolate dela era delicioso, tinha os cabelos bem branquinhos que cheiravam a shampoo de morango, acho q essa foi minha primeira grande perda.
Nossa derrente vi meu primeiro contrato de trabalho na FATEC, um estágio, meu primeiro amor, tudo num ano conturbado o ano q minha irmã se casou, que correria, ela estava linda e o q no começo parecia ser o máximo pq estaria com o quarto só pra mim, por fim foi uma quase perda pq tive que aprender q ela tinha a vida dela a seguir e q as pequenas brigas por causa de roupas ou brincos sim faziam falta.
Bom descobri que tenho montanhas de livros, (kkkk) tá eu admito gosto de ler e de estudar, em sua maioria livros de direito, um curso q amo, q sou apaixonada e q por forças maiores tive q largar no 3 ano, muita luta, muita dor, deixar o curso q amava, tantas coisas mas não tinha o direito de não me formar, tinha q seguir, então por 6 meses enganei meus pais finjindo ir pra faculdade sendo q na verdade ficava num bar perto do serviço esperando dar o horário, até q paguei as contas q não eram minhas e prestei novo vestibular passei, 1 ano na Universidade São Marcos curso de Administração.
Um dos momentos mais tristes foi ver a decepção nos olhos dos meus pais, qdo já matriculada eu lhes contei a verdade......
Bom os anos passaram eu me formei, uma festa linda meus sonhos antigos foram guardados nos baús do meu quarto e minhas agendas anuais embrulhadas.
Acho q passei a deixar a vida me levar, vivendo cada dia como se esse dia não existisse, e assim passando dias e dias não sei quantos dias...
Remexendo tudo achei muitos cartões de aniversários passados, engraçado como em 98% deles meus amigos me chamavam de maluca, de doida varrida, mas q eles amavam.
Acho q me deixei envelhecer muito cedo, hj chegando no final da faxina sinto falta da minha maluquice, essa q me fez trabalhar descalça num escritório, ter peixe de estimação no escritório (sim minha vida 90% dela é dentro do trabalho) hj percebi q tenho escolhas q quero mudar.
Sabe quando peguei os livros de direito pra jogar fora não consegui, eu os amo, e hj sei q quero terminar meu curso nem q seja a custa de muito cachorro quente de almoço, de vários empréstimos bancários mas eu vou conseguir.
Abandonei muito rápido meus sonhos talvez pq achasse q não merecesse, me acomodei num emprego q não é meu sonho, acho q fiquei dura demais esqueci do quanto amo ser maluca, como dançar sem música me faz bem, mesmo q seja no meio de uma multidão. (sim já fiz isso)
Acredito q tem coisas que precisam acontecer, precisava desse tempo pra amadurecer como pessoa, mas não vou me permitir renegar o q mais gosto em mim q é a maluquice.
Não vou permitir me tornar fria ou amarga, não quero e não vou ser assim, posso lutar, sou de lutar, nossa descobri q além de meu fetiche por lingeri tenho fetiche por tipos de papel (pasmem) que tenho uma coleção q monta uma casa de boneca a quase 5 anos q nunca montei, que tenho pais q me esperam todo o dia e q muitas vezes estou tão cansada q não lhes dou atenção.
Não essa não sou eu, eu sou a maluca, que ama q é criança que não permite o não, que sabe hj q é mulher que se lutar consegue, que põe luvas de boxe e parte para cima da vida.
Sim joguei muitas coisas fora, mas meus livros, meus cartões de aniversário não, minhas anotações minhas memórias em simples folhas estão lá pra me lembrar q tenho uma identidade de luta, de dor, mas de muita alegria, de muita fé e certeza de vitória.
Algumas derrotas, mas qdo pego aquele certificado, aquele anel de formatura me lembro do q passei e tenho a certeza q posso conseguir o q quero e q o tempo de ficar na planicie findou-se.
Hj vejo q tive um amor, e se não houver mais nenhum outro serei feliz mesmo assim, que tenho amor pela minha fé, que hj mesmo me descobrindo ciente de minha sexualidade de meu pequeno desvio de conduta, acho q isso apenas me mostra como ser louca é bom.
A vida são estágios, passagens (não de ônibus), muitas pessoas já passaram no meu caminho e eu no de várias outras pessoas e é assim q a coisa corre.
Espero sempre mesmo poder ser quem eu sou, não me deixar envenenar por paradgmas q não são meus.
Se quem me lê tem duvida da força q tem dentro de si, acredite vc pode, pq eu pude mais do q achei q conseguiria e poderei muito mais ainda.

domingo, 1 de novembro de 2009

Heróis

" Eu fui matando os meus heróis aos poucos como se já não tivesse nenhuma lição pra aprender
eu quiz despedaçar você todas as vezes q eu precisei de um lugar só meu."
Os meus castelos todos já estão no leilão
E as propostas fracas dos meus fantasmas vagão pelos cantos escuros
Minhas malas estão prontas
Todas dentro da minha caixa de fósforo preferida
Meu baú de tesouros sem valor
Meu caminho de sonhos despedaçados deixo pra vc
Em meu testamento desnudo de pudores
Meu sangue faz o curso contrário das forças que me tirastes
Minha alma rejuvenesce a cada dia
E minha decomposição cessou
Meus olhos de pérolas estão de volta
E a luz dos meus negros cabelos cegam tua pouca visão
É eu voltei
E na luz dessa sepultura sem grande ornamentação
Fica todas as cinzas de um passado
Que hoje já não importa mais